Apesar da pandemia da covid-19 que criou dificuldades logísticas e de produção, o setor de máquinas e implementos agrícolas brasileiro não parou em 2020. As vendas devem apresentar um crescimento real de 12% (descontada a inflação) e nominal de 20% – na comparação com o ciclo anterior – e o faturamento estimado é de R$ 40 bilhões. Esse cenário deve-se a uma ótima safra agrícola, ao recorde das exportações do agronegócio e a valorização do dólar em 30%, que propiciou uma grande rentabilidade para os agricultores das culturas de exportação: soja, milho, café, algodão, laranja, celulose e carnes.
Os produtores rurais aproveitaram os preços dos grãos em alta para aumentar a área plantada e investir em máquinas agrícolas, que são determinantes para extrair o melhor da lavoura. Outro ponto que alavancou a comercialização no setor foi a defasagem tecnológica existente no Brasil: 50% do parque industrial tinha mais de 10 anos de uso e precisava ser renovado e modernizado.Já as exportações em 2020 foram impactadas negativamente pelo coronavírus, pois as economias dos principais parceiros comerciais, principalmente da América do Sul, não tiveram boa performance. Quanto às importações, houve o aumento de custo de 30% devido à desvalorização do real, o que restringiu a entrada de importados no país no ano passado.
Para este ano, a perspectiva é de um o mercado de máquinas agrícolas promissor, pois os preços das commodities estão bons, o dólar está num bom patamar e as chuvas voltaram. Então temos a expectativa de ser um ano excelente com relação ao clima e sem falta de crédito com as suplementações que estão sendo feitas pelos bancos particulares e pelo próprio BNDES. Baseada nessa conjuntura, a previsão para o próximo ano é de um crescimento real de vendas de 3% (descontada a inflação) e nominal de 10%, chegando a R$ 45 bilhões de faturamento.
Com relação às exportações, acredito que com o fim da pandemia e com o retorno à normalidade deve acontecer uma reação neste ano. Teremos um 2021 mais promissor, caso o governo tome medidas urgentes no sentido de se organizar de forma a permitir o crescimento sustentado da economia, de modo que a reversão da desindustrialização garanta emprego e renda para o cidadão. Para isso são necessárias ações que permitam a isonomia competitiva do setor produtivo, proporcionando ampliação de sua participação no mercado doméstico e internacional.
Vamos enfrentar 2021 com atitude, positividade, protagonismo e otimismo para levar as demandas que os próximos doze meses nos trará.
Fonte: Canal Agro